11 maio Home Office sem pressão
*Por Sara Pavarini
Quando falávamos em home office a imagem que nos vinha instantaneamente era de alguém trabalhando em casa, confortável em sua cadeira de escritório, um bom espaço de trabalho, muito parecido com o que temos no ambiente corporativo, mas com todo aconchego do nosso lar e, quem sabe, até vestindo o pijama favorito.
No entanto, quando a pandemia começou, essa fotografia publicitária idealizada não se concretizou. Nada foi planejado, ninguém estava preparado para mudança radical e muitos nem entendiam ao certo como o home office funcionava. O que fizemos de imediato foi pegar nossos equipamentos eletrônicos, pastas de trabalho e tudo que conseguimos colocar embaixo do braço e levamos para casa. Iniciamos nossas rotinas exatamente nos mesmos moldes que exercíamos dentro da empresa, com o agravante de todas as distrações que temos em casa. De imediato, nos deparamos com muitos desafios e neste artigo quero destacar 3 para reflexão de colaboradores e empregadores:
O primeiro ponto que precisamos repensar diz respeito aos horários, esta é uma questão muito sensível para este modelo de trabalho, a Reforma Trabalhista de 2017 estabeleceu como não obrigatória a marcação de ponto para o trabalho em home office. Esta é uma definição importante, pois, para que este modelo tenha resultado, o indicador produtividade precisa ser o balizador do rendimento e resultado do colaborador, e não o horário. Com poucos dias em casa, você com certeza percebeu que existem horários melhores para qualidade e produtividade, quando o cachorro esta dormindo e para de latir, as crianças estão na escola ou em aula online, ou simplesmente quando seu vizinho desligou o cortador de grama. Colaborador e empregador devem estar preparados para estas adaptações de horários e disponibilidades.
Como segundo ponto relevante, que tem alinhamento com as questão abordadas acima, destaca-se a qualidade de vida dos colaboradores. As empresas evoluíram muito nos últimos anos para melhorar a qualidade de vida de seus trabalhadores, investiram em ergonomia, salas de descompressão e lazer, ginástica laboral, quick massage, ambientes decorados e climatizados, para que seus colaboradores atuem de forma produtiva e mantenham a saúde, física e mental. Como isto tudo é transferido para o home office? Existe um caminho por meio de parcerias externas como academias, clínicas, profissionais de saúde, entre outros, mas tudo isso exigirá um esforço do colaborador em usufruir destes benefícios e organizar seu tempo para eles e, do lado da empresa, em comunicar, motivar e ressaltar continuamente a importância destes aspectos na vida de seus colaboradores.
Por fim, mas não menos importante, precisamos de novas formas para garantir que a cultura e os valores organizacionais abracem também aqueles colaboradores que não estão em conexão física com a empresa. Neste ponto o processo de recrutamento e seleção precisa ganhar ares de ciência comportamental, o velho ditado de “vestir a camisa da empresa” passa a ser “vamos ver em quem a camisa realmente serve e fica confortável”. O colaborador tem que comungar dos mesmos valores da empresa em sua essência e, a partir deste ponto, entram as estratégias de inserção na cultura.
Parece tudo muito difícil e complicado, mas, na verdade, agora é hora de tirar o pé do acelerador, planejar e organizar e fazer a migração para o home office, se ela for conveniente nos diversos aspectos, SEM PRESSÃO!
Sorry, the comment form is closed at this time.